sábado, 26 de setembro de 2009


O boneco e a criança


No seu roteiro o Mamulengo está repleto de malandragem, critica social e sensualidade, o que faz seu conteúdo ser próprio do mundo dos adultos, Porém, mesmo sem ser em sua história um tipo de teatro com conteúdo infantil,é impossível não perceber o quanto às crianças se identificam e gostam dessa arte. E foi partindo dessa observação que decidimos investigar essa ligação já tão conhecida e utilizada pelos grupos de teatro hoje.
A primeira hipótese a levantar é. Seria possível que as crianças se identificassem graças aos seus bonecos de brinquedos uma vez que o brinquedo já é um velho companheiro seu? Levando em consideração que ela própria possivelmente já deve ter experimentado o “brincar-encenar” com seu elenco de brinquedo a criança pode passar a ver o boneco, e o teatro feito com ele, como uma grande brincadeira, seria como assistir alguém brincar
Assim sendo a criança que não teve aceso a este tipo de brinquedo não se identificaria com o boneco em cena, o que não ocorre. Não quero com isso dizer que não exista essa ligação, muito pelo contrario, quando ela existe ajuda sim na aproximação com a cena, mais defender uma hipótese que seja comum ao universo lúdico da criança que é a do “não ser” do boneco, uma vez afirmado que o ator “é”(no sentido de homem) o boneco seria uma visão não realista do mundo o que gera uma porta de entrada no imaginário infantil, levando em consideração também que o boneco oferece um numero inimaginável de ações inexecutáveis pelo ser humano como por exemplo entrar no palco com a cabeça no teto os pés nos ombros e as mãos no chão. Segundo Simone André em “Questões acerca do teatro infantil- História e prática”, para Piaget.


“A criança antes de pensar racionalmente, com a lógica dos adultos, busca explicações por meio da criação de mitos. Desta forma, o desenvolvimento cognitivo está relacionado diretamente à capacidade de criar símbolos. Consequentemente o jogo, a imitação, o sonho e a representação se fazem artifícios utilizados. Por isto a narrativa fantástica, o mágico, e o lúdico encontram espaço no mundo infantil, a imaginação e se torna elemento de identificação para as crianças.”


Podemos dizer então que a criança é atraída para o mágico para o irreal e o boneco é parte deste tendo em vista que ele não se dispõe (ou pelo menos não deve) a ser um humano e sim a ser encantador quanto boneco que pode fazer tudo desde que tenha sido construído (ou adaptado) para tal.


Referencias bibliográficas.


BITT, Mário Piragibe,(1999)
Relações entre a Animação de Formas e Aspectos Contemporâneos de Encenação no Teatro de Ilo Krugli. Consultado no website http://www.cbtij.org.br/arquivo_aberto/pesquisa.htm#rela. Em 20 de setembro de 2008.


ANDRÉ, Simone. Questões acerca do teatro infantil – História e prática. Consultado na website http://www.cbtij.org.br/arquivo_aberto/pesquisa.htm#infa em 20 de setembro de 2008.


COPFERMAN, Émile "Singuliére ethnie", Théâtre Public, sept. 1980, p.4; citado em: AMARAL, Ana Maria. Teatro de Formas Animadas (Texto & Arte; 2). São Paulo: Edusp, 1993. p.73.


BELTRAME, Valmor. 1° Revista Fenatib – teatro de bonecos também terá festival Consultado na website http://www.cbtij.org.br/arquivo_aberto/pesquisa.htm#infa em 20 de setembro de 2008.

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