sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Tudo começa com uma grande explosão, da qual surgem duas mãos que vagueiam em busca de um corpo. Sua primeira vitima é um tecido, branco e vivo, que embora relute é aprisionado por elas tornando-se seu corpo que passa agora a buscar um rosto, a partir daí tudo que entra em cena passa a ser objeto de desejo do protagonista que em sua busca sempre se frustra com a incompatibilidade dos órgãos encontrados, o nariz roubado de um boneco de neve não cabe em seu rosto, os olhos são grandes e sempre lhe fogem quando encaixados, um caderno-cachorro é experimentado como boca, mais também não funciona. O aparecimento de uma máscara traz a esperança de um rosto completo, más a alegria da criatura dura pouco quando, no auge da contemplação, a máscara se parte em duas.
Por fim, até o tecido se rebela contra as mãos, que abandonadas brigam entre si e vão sumindo enquanto os personagens reaparecem, se reconfiguram com seus pares e partem. A comédia fica por conta do bonequinho de neve que na ultima cena descobre que pode andar.

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